Salomão Rovedo
Porca Elegia
(poesia)
Rio de Janeiro 1987
As pobres elegias:
Elegia de junho, 14, 1972, pg. 3
A moça morta na calçada, pg. 4
Porca elegia, pg. 6
Elegia urbana, pg. 8
Elegia para a velha lua, pg. 10
Elegia tristíssima para Sete Quedas, pg. 11
Elegia da feira de São Cristóvão, pg. 12
Elegia dos noturnos dolentes, pg. 15
Elegia de angra dos reis, pg. 16
Nênia pro irmão Benjamim, pg. 18
Elegia calodrummondiana, pg. 20
Nênia dos índios, pg. 24
... e dos dias esquecidos, pg. 26
Ditirambo de Marisa&Geraldo Alverga, pg. 28
Elegia da presença tua, pg. 30
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RECEITA PARA LER POESIA
De como te ter, poesia,
sem abstinência ou alergia:
Compre o(s) livro(s)
Compre o(s) poeta(s)
Leve-os e lave-os
O(s) livro(s) e o(s) Poeta(s)
Leia e goste
Leia e ame
Leia e goze
Leia e guarde
Coma o(s) verso(s)
Ame o(s) poema(s)
Goze o(s) poeta(s)
O(s) texto(s) e seu(s) mistério(s)
Guarde e leia
Ame e leia
Goste e leia
Goze e leia
Eis como ter poesia
sem flatulência ou azia
Eis como ler poesia
sem abstinência ou alergia.
ELEGIA DE JUNHO, 14, 1972
(Os jornais noticiam a morte de Leila Diniz, em acidente aéreo na Índia).
Ninguém morreu, gente, foi apenas a Estrela que voltou ao céu,
escolhendo o mais curto caminho, entremeado de alucinações nítidas,
coalhado de gente perdida, fora de rumo.
Foi apenas a Estrela ambulante que majestosamente se elevou,
depois de tentar exemplar o Mundo em diversos afazeres:
MundoBrasil, MundoRio, MundoIpanema.
Apenas luz longínqua que, chegada, se transformou
em Sol, nesse nunca apagar de Estrela eternizada.
Como apareceu de repente, de repente criou fama, deitou cama,
matou lei, correu fantasmas, varou ...
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